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quarta-feira, 12 de maio de 2010

"Com Papas e bolos...


... se enganam os tolos..."

De cada vez que vou ali ao Jantar, o Jorge faz com que se me solte a língua, ou com que me suba a veia contestária. Daí que hoje deixo como post, em jeito de contestação, o meu comentário sobre a hipótese de nos darem a dentada no subsídio de Natal, e nos subirem os impostos.


"Sei que de nada adianta, mas pretendo organizar um grupo para no caso de nos atacarem o subsídio de Natal, ir protestar frente à A.R. Porque quem tem de pagar são os "mexias" e os que continuam a "mexer" e a realizar lucros chorudos nas empresas dos Estado e outras, tudo à nossa conta. São esses que trabalham como "independentes", e não tem subsidio de natal. Não falo do desgraçado que trabalha a recibo verde e na realidade declara o que recebe. Falo dos que pouco declaram e muito recebem, falo dos grandes gestores que obviamente não trabalham com vinculo às empresas que gerem, e não tem subsidio de férias ou natal. Falo dos que nos roubam na EDP, Galp, PT e outras empresas com participação do Estado, e também de alguns gestores dos maiores bancos portugueses, esses que recebem pela porta dos fundos, porque esses não descontam para impostos reais, e nem descontam para a segurança social, tem tudo no privado e ainda tem mais valias por isso. Falo dos que aplicam na bolsa, mas não é dos que aplicam misérias comparadas com os grandes investidores, e que é só lucros sem impostos. Esses que paguem a crise que eles mesmos criaram. Eu não pedi um aeroporto, e nem comboio a cento e cem à hora. Apenas peço trabalho fixo remunerado, e que possa comer todos os dias, e pagar a futura renda da casa, com a merda de ordenado que tenho, e que parece que não chega para que o banco me empreste dinheiro para comprar uma casa. Se o meu ordenado não dá para comprar uma casa, também não serve para salvar o país de uma crise que eu não criei. Que paguem os que tem casas da câmara, que recebem subsídios para não trabalhar, e para se multiplicar e só vivem à conta do orçamento. Se eu for pedir alguma coisa à câmara, dizem-me que eu tenho estudos, que eu tenho trabalho, que as casas são para os que não tem nada. Então e trabalharem, não? Se quero ter uma casa tenho de me sujeitar a uma renda que é mais de metade do meu ordenado, ou tenho de ter fiadores e nem assim o banco me quer emprestar dinheiro. Se não sirvo para ter uma casa minha, então não sirvo para pagar mordomias a estes ladrões que só nos chulam o ano inteiro, e agora querem que nós paguemos com juros o caviar que comeram. Eu levanto-me cedo para trabalhar, e em nada contribuí para a crise. Quando falo "eu", falo em nome de muitos portugueses. As pessoas deixam-se levar por um simples rebuçado, como é o caso desta tolerância de ponto, isto foi um rebuçado para adoçar, o pior é que depois vamos pagar todos chupando limões, pelos que ficam em casa, ou vão dar um passeio por conta do rebuçado. Tanta cena, como se o Papa viesse salvar este país á beira da miséria."


Quem comeu a carne, que roa os ossos.

4 comentários:

Jorge Freitas Soares disse...

Eu sempre disse que os teus comentários davam posts ....

E quem fala assim, não é gago..

Jorge

aespumadosdias disse...

Ser do contra sempre e demagógico também não é solução. Esses senhores que têm salários milionários se mudassem de empresa ganhariam tanto como agora. Os portugueses são é muito invejosos.

blue eyes disse...

Invejosos os portugueses? Pois eu não tenho inveja nenhuma desses senhores, agora não me façam pagar o luxo em que eles vivem, nem pagar o que eles estragam. Gosto muito da minha vida modesta, só não gosto é de pagar impostos e crises para as quais eu não contribui. Neste país brinca-se com o dinheiro dos contribuintes. Hoje ao ir apanhar a espiga, passei num caminho de terra batida ao lado da escola nova cá da terra, uma obra não só desnecessária, como apenas serviu para juntar todos os rufias que andavam espalhados por outras escolas, ao lado da escola, abandonados no meio do mato, cerca de 12 sacos de cimento, já estragado, e outros materiais. É assim que se aplica o dinheiro dos impostos que pagamos. Fazem-se obras públicas, e usa-se material a mais, que fica ao abandono, isso é roubar os portugueses. Como posso não ser do contra se no serviço nacional de saúdo me passaram exames às mamas em Janeiro e só os realizei em Abril. Como posso não ser contra, se não tenho médico de família e me dizem em abril que para os utentes sem médico só haverão consultas em Junho, se houver vaga. Então e os exames que fiz, que me dizem que tenho caroços nas mamas? Quem os vê? Morro primeiro, arranjo consulta depois? Tive de recorrer ao privado e ver uma fatia do meu magro orçamento ser gasta em algo para o qual desconto mensalmente.
Espuma, como professor, que afinal não foi a àrea (ensino) para a qual estudaste, não me digas que te rendeste só por causa de um rebuçado, e lá aproveitaste o dia para ir surfar. Então e as avaliações de professores, as condições de progressão na carreira, já não saõ nada? Devemos todos aceitar o que o Estado impõe e não reclamar, porque isso é ser demagógico, e afinal devemos deixar que nos roubem todo o ano, e depois ainda nos façam pagar a crise que eles mesmos criaram?
Sinceramente eu não entendo...

dee disse...

é a primeira vez que passo por aqui e parece que estou a ler o meu blog mas em portugues :D

ps. se calhar em vez dos senhores deputados andarem a insultarem-se uns aos outros (nas horas extra, claro, para os portugueses pagarem) deviam criar todos blogs. Duvido é que tivessem muitos seguidores.