Pesquisa personalizada

sábado, 18 de agosto de 2007

Tarde demais...





Não sei a quantas ando. Começo a ficar um pouco confusa quanto ao que quero da vida. Quer dizer, há certas coisas das quais eu tenho certeza, mas o facto de não dependerem apenas de mim, fazem com que tudo se torne absolutamente confuso. Quero-te! Essa é a maior certeza que tenho, mas depois do meu erro, e depois deste tempo todo passado, sei que já não me basta querer-te. Isso já nem depende do meu querer, apenas do teu, e quanto a isso, tenho quase certeza que nem sequer pensas em mim, muito menos da forma que eu penso em ti. E é por isso, que começo a ficar confusa. Vou precisar de tempo, para por a cabeça em ordem, os meus sonhos, deixaram de ter sentido aqui em Portugal. Nada do que desejei, consegui até aqui, nada do que planeei, se tem realizado, só se tem atrasado. Cada vez vejo mais longe o sonho de ter o meu espaço, a minha casa, com uma cozinha só para mim, quase um laboratório, onde eu possa dar largas á minha veia culinária, experimentar aqueles pratos que tanto me apetece cozinhar, e gostava que os pudesses provar. A minha necessidade de espaço é grande e relativa. Necessito de sair daqui, já não aguento muito tempo, viver com estas pessoas, que sendo a minha familia, cada dia menos me identifico com eles. Mas não necessito estar sozinha, não sei estar sozinha, a tal solidão que tanto te afectou, também a mim me incomoda, também dói em mim. Tal como me incomodava a tua, porque eu sofria por ti em silêncio. Nunca me deste liberdade para poder dar asas á imaginação e poder tentar minorar o teu sofrimento. Se calhar, era intencional, para que eu não me deixasse levar pelo sentimento que começou logo a despontar desde o dia em tinha um "coelho perdido, no ponto de encontro", lembraste? Mas a solidão, não é só estar sozinho entre quatro paredes, é também viver com pessoas que cada dia nos dizem menos, não ter com quem falar de sentimentos, de alegrias, tristezas, de sonhos, do futuro. É não ter com quem ir tomar um copo, uma ida á praia, ao cinema. Sinto-me só, de verdade. Sinto a falta do teu sorriso, da tua pele quente, de acordar envolvida nos teus braços, de partilhar conversa, mesmo sobre banalidades, mas sei que o teu sorriso, jamais será meu outra vez. Tenho certeza que alguém tem a sorte, que eu não tenho, sinto-o, e isso é doloroso. É tão ou mais doloroso que a tua ausência. É dificil sentirmos que exite outra pessoa na vida de quem amamos, sabermos que não ocupamos um lugar nos pensamentos. Neste momento, apenas desejo poder fugir daqui para bem longe, recomeçar noutro lugar, para conseguir forças para lutar pela vida, porque se ficar, vou desistir de tudo, aqui já nada me prende, nada do que desejo pode ter concretização, sem sofrimento por estas bandas. Pretendo partir para outro sítio, recomeçar longe, pois sei, que se ficar te irei encontrar, e irei sofrer ainda mais. Este está a ser para mim, um ano muito mau, principalmente desde o meu aniversário. Estou a pagar caro por ter errado, eu sei. Vou embora, o mais rápido que consiga, começar longe daqui, pois, só assim irei atenuar, esta mágoa, por não te puder ter mais, por não puder sentir o cheiro doce da tua pele, o sabor quente dos teus lábios, a protecção dos teus braços. O Amor é assim mesmo, por vezes, só tem um lado, e neste caso acho que nunca soube qual era o teu, por isso tive a atitude mais estúpida que poderia ter tido, afastar em vez de aproximar, mas aprendi uma grande lição, nunca calar o que sentimos. Se amamos, porque não dizê-lo abertamante, facilitaria tanto. AMO-TE. Tarde demais eu sei.

Sem comentários: