O tempo ia passando, e a moça não tinha coragem para contar aos pais, apesar da sua pródiga idade, e de ser independente, tinha medo da mãe, o sargento, como lhe chamavam, ela a irmã e o pai. Já tinham passado 5 meses, era Maio e fazia um calor de morte, mas ela andava atabafada num casaco de malha polar, porque debaixo do mesmo havia uma barriga bem grande. Alguns parentes já comentavam por andar encasacada, e diziam que naquela idade já não aquecia... mal sabiam eles do que já tinha aquecido... Mas há coisas que por mais que se escondam, acabam por aparecer, lol, e há outras pessoas que sabem, que contam a outras, e um dia lá acontece que a conversa em casa é inevitável, até porque o sargento soube por outras pessoas. Assunto resolvido, liberta-se do casaco e assume então a sua enorme barriga. Mais quatro meses passados, gravidez vigiada desde o inicio, por causa da idade. Uma só desilusão pelo caminho, ela queria um rapaz, nunca se imaginou mãe de uma menina, nem gostava de cor de rosa, mas a amniocentese revelou que nem sempre os desejos se realizam e ia ser mãe de uma menina. Por causa disso andou uns tempos amuada, mas o pequeno ser lá começou a dar os pontapés que queria e foi amansando a dona do espaço que ocupava. Durante aquele tempo a avó sargento é que não dava mostras de ceder, andava emburrada, por causa do que os vizinhos pensavam, mas toda a gente apoiava a moça, e isso ainda a emburrava mais.
Chegou dia D, pela madrugada começou a andar pela casa, do quarto para a casa de banho repetidamente, e o barulho que fazia acordou a irmã, que lhe pergunta a razão para tantas idas á gaveta da cómoda que fazia barulho e incomodava no outro quarto. Um momento insólito acontece. A moça responde que tinha ido fazer xixi, e que não parava..... "Ok, veste-te, vamos para o hospital! Rebentaram-te as águas!" diz-lhe a irmã. " Hã?, mas ainda não acabou o tempo!?" A irmã desata a rir, com a situação, era tão inexperiente quanto ela, mas não era tola, a situação era mais que óbvia. Lá foram, e a irmã lá entregou o "pacote" na maternidade do hospital da área. A moça lá esteve um dia inteiro à espera que surgisse o trabalho de parto, ligada ao CTG, que media os batimentos cardíacos do bébé, mas apesar de estar sem água, parecia não ter vontade de sair. Os médicos tentaram provocar o trabalho de parto, mas havia ali qualquer resistência. Lá resolvem partir para uma cesariana, porque embora não estivesse com vontade de sair, o bébé já não podia continuar ali dentro do ventre da mãe, sem água.
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