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segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Afinal eram três.... actos.

Por volta das 22h 30m, lá nasceu a pequena, que por estar tanto tempo sem água, teve de ser reanimada, um pouco de negligência médica, como é normal num país como o delas, até poruqe o obstetra que as havia seguido não estava de serviço, e os outros como não tinham recebido dinheiro das consultas atrasam tudo até ao momento em que pode ser tarde. Reanimada a criança, é levada para o ventilador, por precaução, pois, depois de casa roubada trancas na porta, tivessem agido como deveriam, e este processo era desnecessário. Quando a moça acorda da anestesia, lá percebe que não tem a sua menina ao pé, e como não se podia levantar, além de que tinha acabado de ser "costurada", lá teve de se aguentar. No dia seguinte logo pela manhã é autorizada a descer para ver aquele ser que tinha carregado por tantos meses, desata a chorar de emoção, mas a enfermeira, tonta quer levá-la dali porque pensa que é por ver a filha dentro do ventilador. Idiota, a moça ainda não tinha visto a filha, não tinha tocado na sua menina. Tão pequenina, e tão indefesa, apesar de apenas ter só um fiozinho na sua minúscula mãozinha que a ligava nem se sabe onde. Lá teve de permanecer por 36 horas. Na hora da visita apareceu a tia, mais a avó sargento, e o avô, para não verem o novo elemento da família. O pai brasileiro já tinha visto a pequena no ventilador, e tinha-se farto de chorar. A tia estava danada, porque ele tinha mais direitos que ela, e ela não podia ir ver aquela que tantos pontapés lhe dava quando encostava a cabeça na barriga onde habitava para conversar com ela, e lhe explicar como eram as coisas cá do outro lado.
Passadas as 36 horas lá foram buscar a pequena para ser entregue á mãe, e para que pudesse finalmente mamar, que biberon dentro do ventilador não é a mesma coisa que as tetas da mãe.
E que impaciente ela era, mal acordava, desatava a berrar, apenas se calando quando sentia a teta para mamar, depois de fralda mudada calava-se e dormia. Na hora da visita lá apareceu a tia, que mal a viu pega nela como se fosse uma profissional e tivesse feito aquilo toda a sua vida, afinal também tinha estado grávida durante aquele tempo, e instinto é instinto.
Alguns dias depois a pequena recebem alta hospitalar, primeiro a bébé e só dois dias depois a mãe, o que dá ser-se trintona...ups.
Em casa tudo corre bem, a miúda só come e dorme, mas abre umas goelas, quando acorda para comer, que só cala quando a mãe lhe põe a sua teta enorme na boca. Aí acabou, o silêncio reina novamente.
Os meses vão passando, chega o Natal, a pequena já tem quatro meses, está espertalhona, mas é muito sossegada, menos na hora de comer, é impaciente desde que nasceu.
O pai, tinha resolvido ir á sua terra no sul do Brasil, pois há três anos que para cá tinha vindo... logo fazer o quê...? Da sua terra telefona para saber da sua menina. Quem atende o telefone é o avô babado, porque esse nunca fez birra desde o inicio, até andava todo inchado.
A moça estava na sala com a sua menina, a tia, a avó sargento que já estava mais macia, quando o telefone tocou e o avô foi atender. Comenta que deve ser o S. assim se chama o dito cujo do pai da criança. Sim porque Sidney, não é só a capital da Austrália, e os brasileiros tem a mania de dar nomes assim aos filhos. Lá o telefone é atendido e grita o avô lá do canto onde está o telefone: "Oh B. vem cá que está aqui o Cisne, ao telefone!!" Eh, eh, eh! Está mais para pato marreco que para cisne, a risota foi geral, mas quem mal sabe falar português lá vai entender nomes destes...
Os anos foram passando, a pequena foi crescendo, e revelando que se não foi trocada no hospital, deve haver outro mistério em volta do seu nascimento, porque a tia acha que ela é filha de Bin Laden, uma perfeita terrorista. Já perguntou inúmeras vezes à irmã se tem certeza que esteve mesmo com o brasileiro, se no escuro não deu por umas barbas grandes, mas a resposta é negativa, e o mistério nunca vai ser resolvido. a miúda continua terrorista e fala tal qual um árabe. Enfim a vida lá vai continuando por aquelas bandas, a tia gosta muito daquela terrorista, o avô também e a avó já dobrou, mas continua a ser tal qual um sargento.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que grande odisseia! :)
A tua irmã é o exemplo típico do que eu sempre digo: "quando menos esperamos, encontramos o amor ao virar da esquina!". E esse amor deu uma frutinha muito traquinas, ao que parece... :)

Xinhus!

Anónimo disse...

gostei, gostei muito da tua história em dois actos. És tia, mas pelo que descreves és também um bocadinho mãe dessa terrorista :)
adorei, bjokas

blue eyes disse...

Pois, há quem fuja a sete pés dos terroristas, eu não posso...
É terrorista, mas muito querida, pena que fala árabe, lol. É um pagode ouvi-la falar, levo metade do tempo a ensinar as palavras, mas por vezes não consigo aguentar e tenho mesmo que rir, porque é tão tonta nas coisas que diz.
Sim, sou a segunda mãe, desde o momento em que peguei nela na maternidade.