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sábado, 27 de setembro de 2008

O relógio (3ª parte)

...saiu da loja com uns artigos bem interessantes, fez um bom investimento, pensou ela. Lembrou-se que tinha de ligar àquela amiga que era esteticista, porque desta vez tinha de tratar de si a fundo, e deixar de fazer essas coisas em casa, afinal preparava-se para algo em que tudo tinha de estar na perfeição. Meteu-se no carro e pelo caminho até ao local de onde iria sair como que renovada, com a pele de um bébé, as mãos de uma princesa, o pensamento voou para o seu passado recente... e para os homens que lhe tinha surgido no seu caminho. Repudiou o pensamento nele, mas não deixava de pensar que era quem mais amava que a magoava, lembrou-se daquele bombeiro, aquele de quem apenas sabia inicialmente que era bom...beiro, e que a comia com os olhos de cada vez que se cruzavam, e ela a ele, embora não tivesse interesse nele. Não conseguia deixar de sorrir, a troca de olhares entre ambos era visível por todos que estivessem por perto, aquilo nem ela sabia explicar, o gajo era bom e pronto, dava gosto olhar, e ele fazia-lhe o mesmo, mas nunca passaram dos olhares. Ela sabia que ele de certeza seria casado ou teria namorada, afinal ele não era dali daquelas bandas e para aparecer tanto por lá, só poderia ser por causa de alguém que morasse ali, e não errou, o dito bombeiro era genro de alguém lá do sítio. Depois lembrou-se daquele que era apaixonado por ela, que lhe declarava o seu amor sempre que se encontravam, mas que para ela não era mais que um amigo, por quem tinha muito carinho, mas que ela não conseguia ver, nem sentir como alguém que pudesse gostar para além da amizade que os unia desde os tempos de escola. Sentiu raiva de si mesma, porque se não estivesse de ideia fixa com o homem dos ponteiros, quem sabe o amigo poderia ter conseguido ser mais que amigo, quem sabe poderia ter-se apaixonado por ele, afinal as afinidades entre ambos eram muitas e já se conheciam há tanto tempo que os defeitos de cada um já se tinham tornado em banalidades perfeitamente ultrapassáveis. Agora ele já tinha desistido dela, e já estava feliz, de casamento marcado, ela seria dama da noiva dele, de quem também se tinha tornado grande amiga. Sentiu-se feliz pelo amigo, mas um pouco triste por perceber que poderia estar feliz com alguém que um dia a amou de verdade, mas não deixou-se levar pela conversa do bandido, de alguém que se fazia passar por homem de princípios, com muita moralidade. Que ricos princípios, que bela moralidade, que raiva...
Saiu do salão com alma renovada, foi para casa ligar o novo telemóvel, e ver se o site já estaria a dar os seus frutos. Preparou um whisky de puro malte, da garrafa que havia comprado para partilhar e que agora seria apenas sua, inteirinha. Ficou espantada com o número de visitas que o site estava a ter e com os comentários... logo, logo iria começar e ver os resultados... sentiu que começava a ser invadida por um nervoso miudinho... onde é que se estava a meter, que jogo era aquele que se estava a preparar para jogar? ...

(continua)

5 comentários:

aespumadosdias disse...

Viva!
Estou a gostar da história...

Smootha disse...

Aii
Com essa do bombeiro desarmaste-me... Adoro fardas... :)
Já não passo sem ler estes capítulos. LOL

Anónimo disse...

Estou morta por saber como isto acaba. Continua please
Beijinhos

Anónimo disse...

Bem...
A veia está em alta...
Estou a ficar curioso...
:)

blue eyes disse...

Continuem... curiosos...
só espero satisfazer tanta curiosidade... e não sair um flop, no fim de tanta escrita.