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sábado, 1 de março de 2008

O caminho


O dia passa e eu perdida nas ruas da minha memória! Como se não as conhecesse vou vagueando, rua acima, rua abaixo, sempre na esperança de encontrar a rua que me dá acesso ao caminho a seguir. Espreito nas janelas da amargura, passo pelas portas da solidão, dou uma olhada nas vielas de dias tristes, revejo conhecidos, recordo amigos, procuro sorrisos perdidos em tempos anteriores, ao próprio tempo, da minha lembrança. Continuo perdida, rua a rua, espreito aqui e ali, faz-se noite, reencontro velhos becos sem ninguém, gatos vadios que fogem de mim, assustados tal qual um filme de terceira categoria. Vagueio, sem destino, na esperança de numa rua qualquer, encontrar alguém que se tenha perdido, num qualquer dia do meu viver. Noite dentro, já meio desnorteada, espreito por uma janela iluminada, sorrio. Lá dentro, o olhar mais lindo que algum dia eu vi, lá dentro o sorriso mais belo que conheci. Deixo-me ficar a olhar aqueles olhos que me prenderam, embalada por tal sorriso. Saio dali, a sorrir, com o caminho iluminado, deixo para trás ruas escuras de memórias tristes, sem saber bem qual o caminho seguir, mas vai iluminado.


6 comentários:

Jorge Freitas Soares disse...

O unico que consigo dizer... fantástico

Tu tens alma de escritor

Jorge
http://oqueeojantar.blogs.sapo.pt/

Anónimo disse...

Lindo...

Anónimo disse...

"Vagueio, sem destino, na esperança de numa rua qualquer, encontrar alguém que se tenha perdido, num qualquer dia do meu viver."

Excelente esta passagem, bem como todo o restante contexto em que se encontra inserida.
Escorre-te, da alma para a mente, desta para as mãos, que talham no teclado as palavras que nos ofereces, uma poética preenchida de imagens, sensações e sentimentos que, no fundo... só tu os poderias ter!

Obrigado por os partilhares com o Universo...

Anónimo disse...

lindissimo amiga... perdida, é como eu me sinto :(
jokas

Anónimo disse...

Maravilhoso. Cada vez vais aprimorando mais a tua escrita.

Xinhus!

blue eyes disse...

Obrigado a todos pelas vossas palavras. A minha poesia, nada mais é, que o fluir de sentimentos, através da escrita, é um grito de uma alma igual a tantas outras.
Bem vindo um dos de mim.