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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Coração de Novembro...


Ela não tem mais aquele brilho nos olhos, aquele sorriso largo que abraça o mundo. Vive, dentro de si própria, consigo mesma, na sua tristeza. Faz de tudo para ninguém perceber, mas os seus olhos, esses não mentem, nem mesmo nas fotografias. Por muito que sorria, o brilho azul mar dos seus olhos, é agora pálido, e triste. Ela junta todos os cacos como se de peças de um puzzle se tratassem. Compõe o puzzle daquele tempo, peça a peça, a tentar perceber onde é que falta uma peça. Dá voltas e voltas, encaixa, desencaixa, volta a encaixar, nada nem uma falha, nem uma peça a menos. Assim não podia adivinhar, jamais podia adivinhar. Olha para o calendário, 12 de Novembro, faz um ano que lhe colocou nas mãos um coração, uma caixa de bombons em forma de coração, com duas mensagens explicitas, uma de parabéns pelo aniversário, outra... que aquele era o seu próprio coração, que lhe colocava nas mãos. Durante os meses seguintes, o seu sorriso abraçava o mundo, os seus olhos tinham aquele brilho que tem os que amam e se sentem amados. Durante os meses seguintes, viveu para o dia do regresso do seu amor. Ele regressou e no primeiro minuto, já tarde da noite disse-lhe que estava em terra, que no dia seguinte, o dia era deles, e assim foi. Ele falou-lhe como se fosse um homem de princípios, que nunca iria tomar uma atitude de sacana. Foi de fim de semana, regressou diferente, e sem sequer a avisar, sem lhe dizer nada, declara publicamente o seu amor a outra. Ela desmoronou, o sorriso apagou, já não abraça sequer o espaço do seu quarto, quanto mais o mundo, o seu olhar já não brilha, nem mesmo junto ao mar, os óculos escuros são a sua capa, são a cara das suas fotos pessoais.
Ela não tem mais aquele brilho nos olhos...

2 comentários:

stiletto disse...

Estou a ver que hoje foi um dia difícil, mais uma etapa do luto que tens que fazer. Cada um tem o seu tempo e, se calhar, para ti ainda é cedo mas vais ver que mais dia menos dia vais descobrir que lá fora o sol brilha e há pessoas novas para conhecer e todo um mundo para descobrir... fala a voz da experiência ;)

blue eyes disse...

Pior é quando se está só, dentro da própria solidão, quando por mais que o sol brilhe, não o conseguimos alcançar. Sei que ainda é cedo para me livrar dos fantasmas, mas, quanto mais presentes se mativerem, mais fácil será querer livrar-me deles, mais fácil será expurgar a dor, e ultrapassar esta fase negra.
Obrigado