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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

De rastos...

... a vida é mesmo injusta. Já chorei, chorei, chorei e chorei... e não sei quando irei parar de o fazer. Há quase 13 anos vi um desejo realizado na totalidade... a parte que não completou a totalidade do desejo é uma parte branca, que com o passar dos anos, perdeu a importância, e passou a fazer parte do todo, um todo cinzento. O branco deixou de contar e o desejo passou a ter a sua totalidade realizada. Ao desejo resolvi chamar Elvis. O desejo foi ficando cada dia mais meu, cada dia mais realizado, cada ano mais, o meu Elvis, o gato. Nestes quase 13 anos, a vida não lhe foi totalmente justa, a saúde teve as suas mazelas, mas sempre se foram resolvendo, embora as suas crises "renais" possam recorrer uma ou outra vez, mas nada de preocupante. Há cerca de um ano, apareceu com uma ferida no nariz, que de ínicio fui vigiando, e foi secando, a crosta caía, e o seu aspecto cor de rosa, era mais desmaiado, mas tudo parecia resolvido... até ao mês de Novembro. Um dia cheguei a casa e tinha o meu quarto quase transformado numa cena de local de um crime. Havia sangue salpicado por todo o lado, e o meu gato tinha o seu nariz cor de rosa em ferida aberta, a sangrar. Resolvi usar o colar protector, e por uma pomada cicatrizante no nariz. Quando parecia ter secado, tirei o colar, e menos de 10 minutos depois, tínhamos voltado ao cenário anterior, sague por todo o lado, e uma ferida aberta outra vez... mais pomada, colar outra vez, mais uma espera... nova retirada, e tudo voltou a repetir-se. Desta vez fomos para a clínica veterinária, e quando lá chegou já ia a sangrar novamente. Foi-lhe feita uma citologia, e veio para casa apenas com indicação de colocar uma pomada na ferida para cicatrizar, e esperar pelo resultado da citologia. Estávamos no Natal, e o resultado só veio na semana a seguir, ou seja a semana passada. Como trabalhei horas a mais todos os dias, não consegui ir à clínica. Longe de mim imaginar o que iria ouvir. Nestas duas semanas, a ferida foi andando com aspecto de não querer cicatrizar, mas ontem a a crosta que a cobria caiu, e o seu aspecto era o de uma ferida com todas as hipóteses de um dia não ser mais que uma memória do passado. Puro engano, hoje já está novamente a ficar com mau aspecto. Hoje lá fui à clínica, e fiquei de rastos. O meu Elvis tem um tumor no nariz, e só tem uma saída... a remoção do mesmo, ou seja, remoção do nariz. Além de uma cirurgia cara, na pior das hipóteses, ainda poderá precisar de quimioterapia. Adoro o meu gato, e estou completamente desolada. A vida é injusta, e os animais não deviam ter de passar por isto. O meu coração está destroçado, e custa-me tanto ver o meu bichinho assim. Vai ficar desfigurado, e não poderá mais ir à rua. Parece que foi por apanhar sol, e que os gatos com focinho branco tem muito mais probabilidades de sofrer destas patologias.  Se penso dar um passo em frente, a vida prega-me rasteiras. E agora resolveu que o meu gato era o alvo ideal. Eu quero salvar o meu Elvis, mas o seu futuro assusta-me.

4 comentários:

aespumadosdias disse...

Coitadinho. Grande injustiça. :(

Jorge Freitas Soares disse...

A vida por vezes é mesmo madrasta... não é mesmo justo, nem para ele nem para ti.

beijinho
Jorge

blue eyes disse...

Tenho o coração reduzido a cinzas, é muito dificil aceitar que um animal possa ter uma doença assim, e que para o salvar tenha de o submeter a uma operação destas. Mas é o gato mais lindo do mundo e será sempre... com ou sem o seu "daizinho cô daiosa" (narizinho cor de rosa). Farei tudo que for possível para o salvar, ainda que tenha que mover montanhas...

Gato Pardo disse...

Gostava de encontrar algumas palavras que te aliviassem de alguma forma a angústia em que te encontras, mas sei não ser possível...Estou de coração apertado, neste momento...
Se precisares de falar, sabes onde me encontrar...
Um beijinho e coragem!