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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Tudo na mesma...

Hoje dei-me conta que mudou mais em 30 anos, esta terra em que habito, que a sede de freguesia, que só tem 20 anos ( de freguesia). Depois do almoço, a minha irmã passou por aqui e convidou-me para ir com ela, fazer a distribuição da ração nas lojas, e como ia para bandas do Alentejo, fui para desanuviar um pouco. Como é normal, chegada ali á terriola, a três quilómetros á frente, o transito parado, porque a passagem de nível está mais tempo fechada, que a deixar passar o trânsito. A conversa, como é óbvio, recai na hipótese de ser desviado o trânsito, para outro local, com uma ponte por cima da linha férrea. Logo rebate a minha irmã, que o bairro ia morrer... morrer porquê? A conclusão, é que mesmo que se desvie o trânsito, não vai haver diferença, porque, ninguém pára naquela terra mesmo. Em 30 anos, desde que a minha irmã lá andou na escola, e eu 9 anos depois, portanto em 20 anos, está tudo praticamente igual. Construíram lá três blocos de apartamentos para arrendar, e não estão todos ocupados, e recentemente dois blocos de apartamentos caríssimos para vender, mais umas lojas, que ora abrem, ora fecham. Já me esquecia, além de uma agência funerária, uma escola de condução, tem uma loja chinesa como é da praxe em todas as terras. Resumindo, em 30 anos está tudo na mesma, e se não se começa a cativar investimento que crie emprego, e se não se construirem casas acessíveis, nem em 100 anos aquela terra vai crescer. Lutaram por uma escola c+s, e conseguiram, mas se a população foge para outros lados mais perto dos empregos e em que podem comprar casa, esta que abriu este ano, daqui a 10 vai ser escola para fantasmas...
E a porcaria da passagem de nível, lá continua a fazer parar o transito, abre para passarem 4 ou 5 carros, fecha, volta a abrir, é tipo conta gotas, tudo como antes no quartel de Abrantes lá diz o ditado...
Após termos conseguido passar, levou o tempo que demorou toda esta conversa, até o termos conseguido, lá fomos até Vendas Novas, com paragem obrigatória para uma bifana e um "sumanja de larol", que caiu que nem ginjas, embora hoje o tenha achado que a dita "bifa" estava um pouco gordurosa... mas prontos, fizemos o gosto ao dente...
Fica uma imagem do dia de ontem, que não consegui carregar, mas que mostra como se obtém um pouco de paz.

3 comentários:

Bic Laranja disse...

Gosto do marasmo. Fixa-nos, humanos do sul, no ritmo certo. Deixe estar a terra, esqueça essa espécie de progresso que por aí vendem. Há lá sobreiros ou chaparros? Dão boa sombra. Diga-me onde é para o caso de me reformar daqui daqui a uns 20 e tal anos.
Cumpts.

AJ disse...

Viva o deserto!

blue eyes disse...

Não peço progresso, muito menos desse que alguns apregoam para o deserto, tal como aviões e outras coisas afins, já bem bastam os da BA6 em exercicio a fazer looping sobre os telhados, até mesmo a aviação civil vinda da Europa e de África me passam por cima do telhado em direcção á capital. Apenas gostava que pelo menos as pessoa conseguissem ficar por cá, em vez de partirem para os centros urbanos. Estamos perto de tudo, da cidade, da serra, do mar, e temos campo para desfrutar. Mas a construção, é praticamente proibida nas terras que são nossas, e onde deveria haver na sede de freguesia não desencalha. Enfim, não é o deserto como o ministro disse, mas corre sérios riscos de ficar, mas sem os camelos, que esses há muito que partiram para S. Bento.