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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dedicatória

A vida lá em casa, era maravilhosa! Havia paz, muito riso, muita cumplicidade, muita brincadeira e muito amor! Os fins de semana eram passados em família, em casa, ou no monte em comunhão com a natureza. As brincadeiras com os miúdos era muito divertidas, de vez em quando deixava-os ganhar os jogos que eles próprios inventavam, só para ver aquelas caras alegres. Os anos iam passando, os miúdos crescendo e os estudos roubavam-lhes algum tempo, assim como os passeios com os amigos, os namoricos eram conversa habitual. Nunca reclamei, era o ciclo natural da vida, e continuámos sempre a divertir-nos quando estávamos em família. Nunca faltou nada lá em casa, e era isso que importava.
Um dia, a minha saúde mudou, e as coisas por casa também mudaram. Subitamente, onde havia amor, carinho, cumplicidade, brincadeira, passou a haver desconfiança e afastamento. Não entendi a razão, perguntava-me porquê? Comecei a ouvir conversas em surdina, outras vezes os semblantes mudavam quando eu entrava, mas porquê, se era uma doença simples, cujo tratamento seguido á risca iria fazer com que voltasse tudo a ser como antes. No entanto, não era esse rumo que as coisas estavam seguir. Continuavam indiferentes, muitas vezes perguntei porquê, mas nunca me responderam. A minha saúde foi ficando cada vez mais fraca, o medicamento acabou e não se comprou mais, a falta da vida de antes, fazia com cada dia ficasse pior. Um dia, achei que tudo ia voltar a ser como antes, afinal no fim de semana íamos para o monte, éramos novamente uma família. No caminho, parámos naquela vila onde era habitual, para esticar as pernas, e apanhar um pouco de ar. Estava distraído a olhar os patos no lago, como era habitual, gostava de os ver sempre muito aprumadinhos, alisando as penas, mergulhando, enfim vida de pato. De repente senti um silêncio, um frio na espinha. Olhei para trás, e não os vi. Fui até ao estacionamento ver se me esperavam no carro, mas o carro não estava lá. O que se estava a passar, estariam a brincar? Só podia. Deixei-me ficar, afinal não adiantava sair, se voltassem podíamos desencontrar-nos. Passaram-se longos minutos, que deram lugar a horas, não estava a entender, que se estava a passar? Comecei a ficar com fome, resolvi procurar o que comer, mas de repente todos olhavam para mim de lado, outros afastavam-se e até puxavam as crianças pelo braço com força. Ia andando, resolvi tomar o caminho para casa, quem sabe voltassem para trás e não estando no jardim, resolvessem também ir para casa, para nos encontramos. Os carros apitavam-me, entrei num portão aberto, resolvi que iria ali pedir algo para matar a fome, mas quando me viram, correram comigo, ofenderam-me, atiraram pedras, chamaram-me Sarnento... Então percebi... Aqueles que em tempos tinham sido a minha família, abandonaram-me, foram embora, deixaram-me ficar para trás porque eu tinha sarna. Senti uma dor tão grande. Porquê? Porquê? Que fizeram aos momentos felizes, às alegrias partilhadas? Só me apetecia chorar, a fome cada vez mais me torturava... Fui caminhando, entrava em algumas portas, era logo escorraçado, sempre chamado de sarnento. Os carros apitavam, outros quase me atropelaram, também já não importava... agora estava por minha conta... e nem a fome conseguia saciar, aquela doença que teimava em me fazer coçar cada vez com mais frequência, sem tratamento não iria abandonar-me... Porquê? Porquê eu? Continuei no caminho, cada vez mais fraco... até onde iria, não sei, mas continuei...
Dedicado a ti, que caminhavas naquela estrada, com o ar mais triste do mundo, que um dia tiveste um lar, mas que foste abandonado ao teu destino, porque aqueles que te amaram um dia, não tiveram a capacidade de te ajudar... Perdoa-me por também eu não te puder ajudar... acredita que me dói, ter passado e ver-te nesse sofrimento, acredita que maldigo os que te deixaram no caminho...

domingo, 12 de outubro de 2008

Estas ovelhas são o máximo!

Eh, eh, eh,eh! O que eu me rio à pala destes bonecos!



Grande Choné!

domingo, 5 de outubro de 2008

A dívida

Já lá vão uns dias... quer dizer, muitos dias... o amigo Gato Pardo premiou uns blogs, entre o quais, o meu ;) . Prometi publicar em pouco tempo, e não o fiz... mas faço-o agora. Obrigado sr. Gato!


Considerem-se premiados os amigos:
Riscos e Rabiscos
Lua Secreta
O que é o jantar
Gato Pardo ( sim, também)
Tontices e Doidices
Perfeito Disparate
A Espuma Dos dias
Não pus os links aqui, mas estão ali do lado direito, porque são os blogs que visito sempre.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O relógio (final)


...falaram de banalidades. Ele passou-lhe a mão na cara, para lhe afastar o cabelo que lhe caía para os olhos. Sentiu-se estremecer, de repente apetecia-lhe fugir, onde se estava a meter...devia estar a enlouquecer. Ele percebeu o nervosismo dela, e pegou-lhe na mão dando-lhe um beijo suave. Disse-lhe que era uma mulher muito sensual, que a desejava. Foi quanto bastou, para que se lembrasse que se queria vingar dos homens, que queria que ficassem a seus pés, para que sentissem a mesma dor do abandono que ela estava a sentir. Puxou-o para si, beijou-o com muita sensualidade, e fez a mão dele deslizar para as suas nádegas. Ele levantou-se e pegou-lhe ao colo, levando-a para a cama. Ela desapertou-lhe a gravata, e lentamente enquanto o beijava desapertava-lhe a camisa. Ele puxou-lhe o vestido negro revelando toda a sua sensualidade. O conjunto de lingerie que vestia, era de um vermelho diabólico, o que aguçou ainda mais o desejo dele. Desapertou-lhe a parte superior da mesma, e sugou cada um dos mamilos, fazendo-a arrepiar-se. Ela fê-lo livrar-se da restante roupa e empurrou-o fazendo-o ficar deitado de bruços sobre a cama. Começou por lhe percorrer a linha da coluna entre beijos e lambidas que o faziam desejar virar-se, mas aguardou que ela o permitisse. Ela continuou a percorrer o corpo dele agora no sentido inverso. Levantou-se e foi buscar algo que havia trazido. Ele voltou-se, vendo-a vir em sua direcção com um lenço de seda e um par de algemas. Ela ordenou-lhe que pusesse as mãos acima da cabeça, ele obedeceu de imediato. Algemou-o, e afastou-se para ligar a música numa melodia suave enquanto fazia uma dança sensual e despia a restante lingerie que ainda vestia. Algemado ele não podia fazer nada, queria poder tocá-la. A sua nudez revelava um corpo bem delineado, que faria qualquer homem desejá-la e não apenas um vez. Pegou no lenço a usou-o para lhe vendar os olhos. Ela sabia que assim seria mais fácil para ela continuar o jogo. Ele deixou-se estar, sabia que não se iria arrepender. Ela beijou-o suavemente, e foi descendo percorrendo o corpo dele muito lentamente. Parou junto ao seu centro de prazer, rodeou-o com uma mão muito suavemente e uma ligeira pressão, começou por beijar e depois seguiu com toda a calma, enquanto o movimento da sua mão combinado com a sua boca o faziam dar gemidos de prazer. Ele pedia-lhe que parasse, sentia que a qualquer momento podia chegar ao ponto máximo, e ainda pretendia continuar, não ficar por ali. Ela acedeu, e soltou-o das algemas, sem lhe retirar a venda dos olhos. Ele estava livre para lhe tocar. Sentou-se na beira da cama e puxou-a para si, ela sentou-se sobre ele, sentindo-o entrar em si suavemente. Movimentava os quadris ao ritmo que as mãos dele nas suas nádegas a guiavam. Os movimentos que ele impunha eram agora mais rápidos, e chegou ao máximo do prazer em poucos instantes. Beijou-a. Ela levantou-se, tomou um duche, vestiu as suas roupas, preparando-se para ir embora. Antes de sair, ele disse-lhe que queria repetir outras vezes. Ela apenas lhe disse, que as condições se mantinham, que lhe ligasse quando o pretendesse fazer. Apanhou um táxi na porta do hotel e foi para casa, não pensou nos motivos que a tinham levado a fazer de acompanhante de luxo, apenas pensou se seria capaz de continuar. Passou a mão no envelope do dinheiro, e recordou o que se acabara de passar, e sentiu que perante a hipótese de F. querer repetir já tinha ganho a primeira parte do jogo.
Além de F. outros clientes apareceram, alguns propunham-lhe exclusividade, que sempre recusou, ela queria jogar. Viajou, ficou nos hotéis mais luxuosos que conhecia, mas nunca deixou o emprego. Desde aquela noite, que passou a ter uma vida dupla, de dia a sua vida de sempre, à noite e alguns fins de semana, acompanhante de luxo, nunca se arrependendo de ter iniciado este jogo. Agora sempre que em algum lugar olhasse para um relógio, e este tivesse os ponteiros exactamente um sobre o outro, ria-se com vontade, porque sabia que de certeza em algum lugar havia um homem a pensar nela, mesmo sendo o amor de outra qualquer, para ela era o que bastava, era nela que eles pensavam.
FIM
(Esta é uma história de ficção, em algum momento revelando factos ocorridos. Qualquer semelhança com factos, pessoas ou histórias reais é pura coincidência)

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O relógio ( 5ª parte)

... o trabalho como era de esperar, estava todo atravancado. Boa, pensou, assim teria muito com que se ocupar durante o dia, e deixava o encontro que ia ter para se preocupar depois. Foi ao bar da empresa, necessitava de açúcar para equilibrar as energias, comprou um chupa-chupa, e deliciou-se, perante os olhares aparvalhados dos colegas snobs, riu-se na cara deles. De repente, sentia-se forte, achava que nada a podia afectar, porque pior do que estava, já não iria ficar. Aqueles snobs, que cirandavam na empresa o dia todo, a "lamber as botas", aos superiores metiam-lhe dó. Criavam cada embaraço, que depois ela muitas vezes, resolvia em pouco tempo. O trabalho não lhe deu margem para se desconcentrar, e nem deu pelo tempo passar. Saiu apressada, tinha atravessar meia cidade para chegar a casa, e geralmente o trânsito não fluía muito bem. Precisava arranjar-se, ficar impecável, e tomar algo que a fizesse relaxar, sem a fazer ficar K.o. Tomou um bom duche, hidratou a pele, o resto já tinha tratado com a esteticista, o cabelo não precisava de grande trato, tinha uma cabeleira ondulada natural muito bonita, que lhe assentava muito bem. O telefone voltou a tocar, não era o mesmo número, atendeu com naturalidade. Alguém queria marcar uma noite numa exposição em Sevilha, necessitava ser acompanhado por uma mulher bonita, sensual e que fosse o centro das atenções, tinha achado que ela seria essa pessoa, pelas fotos que tinha visto. A proposta estendia-se pela noite, em hotel, para tudo o que ela desejasse... Seria no fim de semana seguinte. Sentiu-se arreliada, para aceitar a proposta teria de revelar a verdadeira identidade, para a passagem aérea, e não sabia se deveria fazê-lo ou não. Pediu que a contactasse no dia seguinte, para ter tempo de pensar. Eram horas de sair, e jogo estava apenas a começar...
Sentou-se no bar, observando o ambiente, tentou avaliar nos homens presentes e tendo em conta a voz que tinha ouvido no telefone e o que ele lhe tinha dito se algum deles se enquadrava na imagem que tinha montado na sua cabeça. Havia um ao balcão, que lhe parecia ser aquele que a iria abordar, mas quando este atendeu uma chamada percebeu de imediato que não era. Pediu uma bebida, e aguardou. Alguém que acabara de entrar, dirigia-se na sua direcção, quase ficou sem ar, era um homem deslumbrante, começou a ficar um pouco nervosa, temia que não fosse conseguir ir em frente com o jogo que se tinha proposto. "_ Eva?" Indagou ele. "_ Sim." respondeu quase sem voz. Apresentaram-se e combinaram os pormenores do jantar, ele entregou-lhe um envelope com o pagamento combinado. Ficaram com algum tempo para se conhecerem melhor, afinal iriam passar as próximas horas juntos. A conversa começou a rolar, em pouco tempo estava mais calma e sentia-se segura, nem se lembrava porque se tinha metido naquela situação. A hora do jantar estava próxima, dirigiram-se para o restaurante do hotel, onde eram aguardados. Entre os presentes, bem acompanhados, todos se voltaram para ela, sentiu-se um pouco incomodada, mas nada que não conseguisse ultrapassar. O jantar foi decorrendo, com conversas muito variadas, quase nada sobre negócios, mas F. parecia-lhe ser alguém influente no grupo, era muito atencioso com ela. Um dos outros intervenientes e uma bela mulher que o acompanhava foram também seus companheiros de conversa. O jantar terminou, sem que percebesse se afinal, tinham negociado alguma coisa, ou apenas tinham conversado e os negócios deixados para outro dia, que não aquele.
Subiram, para o quarto, a suite marcada por F. era a melhor, tal como ela tinha exigido, fazia parte do combinado. Havia champagne, que ele lhe serviu, enquanto iniciaram conversa...

(continua...nada de impaciência, está quase a terminar...)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O relógio (4ª parte)

... abriu o armário em busca daquele vestido preto, sensual, e que tão bem lhe acentava. Telefonou para a amiga de longa data, para lhe contar o que se tinha passado, mas não as suas ideias de vingança. Sabia que se contasse, a amiga ia fazer de tudo para tentar demovê-la com toda a certeza. Aceitou jantar com a amiga, para conversarem, para poder desabafar e aliviar o que sentia, e conseguir levar os seus intentos em diante, mas sem revelar nunca os seu planos. Necessitava mais que nunca, estar em paz com as suas ideias, para poder ser aquilo que tinha em mente, para poder jogar e controlar o jogo à sua vontade. Deu consigo a pensar quem iria ser o seu primeiro jogador, e quanto tempo levaria até que aparecesse quem quisesse arriscar jogar com ela. Saiu de casa da amiga, bem tarde, as conversas de ambas terminavam sempre muito para além do jantar. Tomou um longo duche e foi ver como estava a situação no site. Estremeceu, quando começou a ver as mensagens que eram em maior número que o esperado. No entanto não passavam de meras mensagens, e alguns comentários ás suas fotos. Deitou-se, ainda tinha que ir trabalhar, a sua vingança não passava por deixar de trabalhar, pelo menos até ver onde conseguia chegar...
Não despediu o despertador, tudo não passou de uma ameaça, continuava a ter de acordar com ele quer quisesse ou não. Espreguiçou-se ao primeiro toque e saltou da cama de imediato, tomou um duche para acordar e bebeu um copo de leite, vestiu umas jeans, uma t-shirt sensual e apelativa que guardava e saiu para o trabalho. Tinha acabado de sair do perímetro da cidade, quando toca o seu novo telemóvel. Gelou por completo, por segundos ficou sem reacção, quase bateu no carro à sua frente. De imediato se recompôs, ligou o auricular no aparelho e atendeu a chamada. "_ Bom dia, miss Eva?" usou a voz mais sensual que conseguiu: "_ Sim, sou eu!"
" Chamo-me F. vi o seu site, gostei muito, poderíamos conversar?" Encostou o carro e respondeu que sim... sem deixar de pensar, se iria conseguir jogar o jogo... do outro lado do telefone parecia-lhe estar um homem com uma voz muito quente, sensual, alguém que parecia ser um charme. Dizia ser empresário representante de uma griffe de alta costura, solteiro, na casa dos quarenta anos. Viajava com frequência, necessitava de alguém que o acompanhasse para um jantar de negócios, que poderia prolongar-se... Após perceber a proposta, que lhe estava a ser feita, marcou o encontro para as 19 horas, no bar do hotel onde seria o jantar. Desligou o telefone, e sentiu-se desfalecer, até onde iria aquela loucura? Seguiu para o emprego, nervosa como nunca, mas tinha até às 19 horas para ficar calma... muito calma...

(continua..., sim ainda não é desta... eu também estou nervosa com esta escrita...)

sábado, 27 de setembro de 2008

O relógio (3ª parte)

...saiu da loja com uns artigos bem interessantes, fez um bom investimento, pensou ela. Lembrou-se que tinha de ligar àquela amiga que era esteticista, porque desta vez tinha de tratar de si a fundo, e deixar de fazer essas coisas em casa, afinal preparava-se para algo em que tudo tinha de estar na perfeição. Meteu-se no carro e pelo caminho até ao local de onde iria sair como que renovada, com a pele de um bébé, as mãos de uma princesa, o pensamento voou para o seu passado recente... e para os homens que lhe tinha surgido no seu caminho. Repudiou o pensamento nele, mas não deixava de pensar que era quem mais amava que a magoava, lembrou-se daquele bombeiro, aquele de quem apenas sabia inicialmente que era bom...beiro, e que a comia com os olhos de cada vez que se cruzavam, e ela a ele, embora não tivesse interesse nele. Não conseguia deixar de sorrir, a troca de olhares entre ambos era visível por todos que estivessem por perto, aquilo nem ela sabia explicar, o gajo era bom e pronto, dava gosto olhar, e ele fazia-lhe o mesmo, mas nunca passaram dos olhares. Ela sabia que ele de certeza seria casado ou teria namorada, afinal ele não era dali daquelas bandas e para aparecer tanto por lá, só poderia ser por causa de alguém que morasse ali, e não errou, o dito bombeiro era genro de alguém lá do sítio. Depois lembrou-se daquele que era apaixonado por ela, que lhe declarava o seu amor sempre que se encontravam, mas que para ela não era mais que um amigo, por quem tinha muito carinho, mas que ela não conseguia ver, nem sentir como alguém que pudesse gostar para além da amizade que os unia desde os tempos de escola. Sentiu raiva de si mesma, porque se não estivesse de ideia fixa com o homem dos ponteiros, quem sabe o amigo poderia ter conseguido ser mais que amigo, quem sabe poderia ter-se apaixonado por ele, afinal as afinidades entre ambos eram muitas e já se conheciam há tanto tempo que os defeitos de cada um já se tinham tornado em banalidades perfeitamente ultrapassáveis. Agora ele já tinha desistido dela, e já estava feliz, de casamento marcado, ela seria dama da noiva dele, de quem também se tinha tornado grande amiga. Sentiu-se feliz pelo amigo, mas um pouco triste por perceber que poderia estar feliz com alguém que um dia a amou de verdade, mas não deixou-se levar pela conversa do bandido, de alguém que se fazia passar por homem de princípios, com muita moralidade. Que ricos princípios, que bela moralidade, que raiva...
Saiu do salão com alma renovada, foi para casa ligar o novo telemóvel, e ver se o site já estaria a dar os seus frutos. Preparou um whisky de puro malte, da garrafa que havia comprado para partilhar e que agora seria apenas sua, inteirinha. Ficou espantada com o número de visitas que o site estava a ter e com os comentários... logo, logo iria começar e ver os resultados... sentiu que começava a ser invadida por um nervoso miudinho... onde é que se estava a meter, que jogo era aquele que se estava a preparar para jogar? ...

(continua)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O relógio (2ª parte)

... o despertador tocou na hora que tinham acordado. Raios, protestou ela, mais um acordo que tinha de quebrar, que se lixasse o despertador e o acordo de ambos, ia mandá-lo para o desemprego, deu-lhe uma pancada e calou-o, voltou-se para o outro lado e voltou a adormecer. Pela primeira vez faltou ao emprego, não se importou com o facto, ia arranjar uma desculpa qualquer, era a primeira vez e daí não vinha mal à empresa, por um dia os outros que resolvessem os problemas que eles mesmos criavam. Acordou por horas de almoço, ainda pior do que quando se havia deitado, não podia dormir muito, e tinha dormido cerca de doze horas, o que por si só era motivo para acordar com uma birra descomunal, e juntando aos factos anteriores estava em ponto pólvora. Tomou um café, que era a única droga que conhecia até então. Ao pensamento afloraram todos os motivos que a faziam estar a sentir-se tão revoltada com a vida, e os propósitos a que se tinha decidido dedicar. Ligou o computador, e abriu o site que estava a criar, para as afinações finais. A coisa estava a tomar jeito, as fotos estavam divinas e o texto apelativo, começou a sentir um nervoso miudinho... ia arriscar muito com a publicação do site, e propunha-se a algo que sempre abominara, mas a sede de vingança de quem a magoara, tolhera-lhe e discernimento, e achava que assim se ia vingar e virar o jogo para o seu lado. O seu lado inocente, ainda que não percebesse, continuava lá. Carregou os ficheiros, fez publicar e... já estava, só restava esperar. Telefonou para a empresa, dizendo que estava com uma enorme enxaqueca, com febre, e mal disposta, com a voz de quem está mesmo mal, e assim conseguiu que lhe dessem o dia. Saiu para comer qualquer coisa, não lhe apetecia meter-se na cozinha, e para comprar outro telemóvel para o cartão que tinha guardado e nunca tinha sido usado, e que agora iria ser uma ferramenta de trabalho... trabalho? pensou, ela, não, era diversão, ou não era esse o seu plano, divertir-se em grande estilo, e ainda ganhar dinheiro com isso. Depois de comer um malfadado hamburguer que nem lhe soube a nada, lá comprou um telemóvel ultimo modelo, e rumou a uma sex-shop...

(continua)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O relógio

Ela olhou para o relógio pela centésima vez naquele dia. Não, os ponteiros não se cruzavam na dança do amor, como antes. Sentiu-se completamente sem forças. Sentiu como se o mundo lhe tivesse fugido debaixo dos pés. Nunca tinha dado importância ao facto de olhar para o relógio e os ponteiros estarem unidos como um só, tal como dois amantes em pleno acto de amor, até que ao tempo em que estiveram juntos, e ele lhe confessou que tinha saudades dela, quando não estavam juntos, que ela não lhe saía do pensamento. Desde essa altura, que sorria sempre que olhava para o relógio, porque por ironia os ponteiros na sua dança regular estavam em posição de missionário, como ela dizia. De um dia para o outro tudo mudou, os ponteiros deixaram de viver em união, em comunhão de sentidos, de cada vez que ela olhava para o relógio. Desanimou, e o mundo ruiu, quando percebeu que era verdade que o pensamento dele, já não era ocupado por ela, que outra havia entrado e ocupado o lugar que era seu até então. Perceber nas entrelinhas, nas palavras escondidas dele, fê-la sentir-se miserável, usada. A raiva tomou posse dela naquele momento. Não podia ser possível, tudo ao mesmo tempo a desabar na sua vida, e a única coisa que a mantinha de sorriso no rosto, esfumava-se também. Apetecia dizer-lhe as coisa mais cruéis que o pensamento dela lhe debitava à velocidade de um raio, mas conteve-se, tinha noção que as coisa ditas no calor do momento podem ter proporções piores que um furacão, embora fosse isso que lhe apetecia provocar naquela hora. Odiou o relógio tanto como começava a odiá-lo naquele momento, como podia ele fazer-lhe o que tanto criticava que outros fizessem, depois de tudo o que viveram, depois de tudo o que lhe tinha dito... Percebeu que com tudo o que lhe estava a acontecer, tinha perdido toda a ingenuidade que a caracterizava... não era mais a mesma... a revolta, a raiva que sentia, tomaram conta dela naquele momento, e na sua cabeça tudo se descontrolou, desapertou o relógio do pulso e jogou-o com raiva no caixote do lixo, prometendo a si mesma nunca mais deixar que alguém voltasse a fazer-lhe o mesmo. Jurou que daquele dia em diante os homens iriam ser um jogo em suas mãos, e não seria ela a ser usada...
Pegou nas fotos mais sensuais que tinha, e lançou mãos ao seu novo projecto...


(continua...)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Raiva


Hoje é um daqueles dias... Haja paciência... porque eu estou sem ela. Um dia passo-me completamente da marmita, e as coisas complicam-se. Vamos ver até onde vai o limite deste elástico, que me parece que há muito que anda a ser esticado. Até tenho medo de mim própria, do que eu posso provocar se o elástico se partir. Isto não vai acabar bem! Seja qual for a forma como vai acabar, vai acabar mal para o meu lado de certeza. E depois a coisa fica ainda mais complicada...


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ao segundo dia...

_Então sobrinha, o teu dia de escola, foi bom, aprendeste muita coisa?
_Sim, aprendi a fazer desenhos, a pintar............... e a calar-me!

Não há a menor dúvida, sai de certeza à tia... já aprender a calar-se acho que isso irá acontecer daqui a muitos, e looooongos anos, lol. É que a sair à tia, calar-se será difícil. Assim mesmo é que é, logo nos primeiros dias mostrar quem é, para depois ninguém estranhar no resto do ano escolar. Espero que tal como a tia, por mais "conversadeira" que a garota seja, pelo menos apreenda a matéria, mesmo quando parece estar noutro local fora da sala de aula.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A primeira vez.........

(imagem retirada da internet, não foi a "mini-pirata" que desenhou)


O ano lectivo já arrancou, e com ele a "mini-pirata de trazer por casa" foi por arrasto para a escola. Passaram seis anos desde aquela manhã em que eu levei a minha irmã que não parava de fazer xixi ( versão dela para as águas rebentadas, lol) para a maternidade. Isto foi a 21 de Agosto, mas foram seis anos rápidos. Mas a "pirata" sai à mãe e à tia... no primeiro dia já arranjou inimigos de "estimação", pois um "pirralhito" mais pequeno que ela, chamou-lhe feia. Só que ela não é totalmente como a mãe e a tia, não vai de modas e já foi fazer queixinhas à professora... no primeiro dia... isto promete... Mas um amigo mais velho, do ano a seguir, sem papas na língua vai de dizer ao outro miúdo que a tinha de deixar jogar à bola, senão a professora zangava-se com ele, porque ela tinha de aprender também. Sempre quero ver onde isto vai parar, a partir de amanhã está sozinha, por conta dela, os outros meninos que frequentam a ama têm aulas de manhã, ela e a amiga M. de tarde. Vai ser giro, ela é eléctrica, e não costuma levar desaforo para casa, costuma dar troco, hoje deve ter sido excepção. Acho que a minha irmã irá ser chamada à escola, mais que as vezes necessárias para as reuniões normais de turma... A ver vamos, mas está crescida a "cria de Bin-laden"... Sou uma tia orgulhosa.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Oh, tão fofo...

Porque me apetece... e porque se não fosse um coelhinho com uma cenoura, seria meu Elvis com um salmão... bastava trocar as orelhinhas ao coelhinho por umas mais curtas e pontudas e era um gato igualzinho ao meu...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O fim do mundo a voar... ou em cuecas...


Segundo esta notícia o mundo pode acabar na quarta feira! Bem podiam ter avisado mais cedo, que vou ficar com tanta coisa para fazer, tanta coisa por dizer! Do mal o menos, também assim se acabam as contas por pagar no final do mês... Parece que poderá haver um Big-bang igual ao que extinguiu os dinossauros. Novamente lá se vão os que por aí restam, que ainda há por aí uns disfarçados. Lá se vai a edição do meu livro. Que chatice, estes cientistas bem podiam esperar mais uns anitos não? Assim não vale, destroem os sonhos de uma pessoa só porque lhes apetece andar a fazer experiências para ver com o foi o Big-bang, e não satisfeitos provocam outro. Nunca vão saber qual é o resultado da experiência. Portanto, amigos se tem alguma coisa muito importante a dizer a alguém, façam-no agora, ou perdem a oportunidade para sempre, visto que na quarta-feira vamos todos pelos ares... voar sem asas, sem sequer ter bilhete de ida, quanto mais de regresso...
O que eu deixei por dizer, vou tentar dizê-lo nestes dias que faltam, mas se não te encontrar a tempo M. AMO-TE, a mim não me falta coragem, falta-me oportunidade...


(há tantos dias que não escrevo, e quando cá venho é para escrever uma cena destas... neurónio em curto-circuito, só pode, ou então é mesmo o fim do mundo em cuecas...)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Do melhor!

Eu vinha aqui escrever qualquer coisa, mas o neurónio, ficou retido, entreteve-se com os tímpanos, no Youtube e pronto saiu esta pérola, que é do melhor que por cá se faz! Há muito que fazia falta esta frescura no fado, e na música portuguesa.

Deolinda - Fado Toninho



Bem agora vou ali descansar que ando com os sonos trocados, ou atrasados ou sei lá!
Eu volto, quando o neurónio se aprumar e em vez de se entreter com os tímpanos, se entretenha com os dedos...