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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Um conto assutador

Como não ando nos meus melhores dias, e pegando no desafio do G. P. e de outros blogs que leio, aqui fica o meu conto de "terror", é um pouco longo, mas como diz o meu perfil, num teste, eu sou boa para escrever novelas, por causa dos pormenores. Espero que leiam, e não se assustem, lol. Eu própria que estou meio deprimida, não me assustei nada a escrevê-lo. Teriam que ser usadas estas palavras:
Whisky
Corneador
Sangue
Fofinho
Escaravelho
Nojento
Cama
Unhas
Bicicleta
Mato
Era um Inverno atípico para aquela parte do planeta, a neve já tinha mais de 20 cm, e quase ninguém se atrevia a sair de casa com o frio. A noite estava ventosa, e teimava em nevar ainda mais, na rua ouvia-se o guinchar estridente de uma bicicleta, que tentava atravessar na rua, a neve que se enrolava nas rodas, faziam daquela cena um completo quadro surreal. Da janela do quarto ele observava aquele aparato, e subitamente resolve que vai até lá abaixo para ajudar a mulher a sair daquela enrascada. De um trago despeja meia garrafa de Whisky , fica com o estômago a arder, bem com o restante do corpo, mas conseguiu o que queria, aquecer o sangue para enfrentar a rua naquelas condições atmosféricas, vestiu mais um agasalho fofinho e saiu porta fora.
Ao chegar junto da mulher, estremeceu, nada era como tinha avistado da janela. A mulher tinha um ar estranho, um olhar frio e penetrante, que parecia que lhe conseguia ler as entranhas da alma. Os cabelos negros e longos, estavam num emaranhado, os lábios eram de um vermelho quase sangue, mas o sorriso, era tão enigmático, que ele que, nunca temia nada temeu pela vida naquele instante e arrependeu-se imediatamente de ter saído de casa. Retomou a compostura e lá ofereceu ajuda. Ela aceitou. A voz daquela mulher, apesar da aparência era suave o que o fez acalmar. Tentavam tirar a bicicleta, mas a neve, tinha uma altura considerável que tornava a tarefa complicada, e ele resolveu pegar na bicicleta ao colo, e leva-la para junto do muro da casa que fica em frente. Lá lhe perguntou o nome, ao que ela respondeu com a tal voz suave: _ Miquelina! Obrigado por me ajudares. E tu como te chamas?
_ Tricolino.
_ Tricolino, como te posso agradecer? Posso convidar-te para beber um copo? Conheço um bar aqui próximo, chama-se Taberna El Corneador.
_ Não conheço, e moro aqui na zona.
_ É o bar de um amigo, fica no beco da rua 2, não tem placas, só entram conhecidos.
Ele achou aquilo esquisito, dado o ar estranho da mulher com voz suave, mas acabou por ir.
Chegaram ao beco, e ela bateu a uma porta que normalmente passaria despercebida. O porteiro, tinha um aspecto ainda mais sinistro que o dela. Sorriu para ela, e da sua boca transpareceram uns dentes amarelos, como o milho, com uns dentes de ouro pelo meio. Aquela boca parecia uma autentica cremalheira, avariada. O tipo tinha uma voz grosseira, arrastada e sinistra. Ele, sentiu vontade de voltar costas e ir-se embora, mas as pernas não lhe obedeceram, levando-o a entrar naquele local atrás da mulher que o tinha levado até ali. Mal passou a porta, temeu pela vida. Aquilo tinha um aspecto horrendo, um cheiro nauseabundo a esgotos e sangue, toda a gente naquele sitio parecia saída dos esgotos, ou dos confins dos caixotes de lixo, de sujos, rotos e malcheirosos que estavam. A música era um “metal gótico” estridente, que assustaria o próprio susto. Aquilo era demasiado assustador, ele voltou-se para se ir embora, mas estava rodeado de outros seres sinistros, a mulher na sua frente era agora um ser horrendo, tinhas umas unhas longas, pintadas de negro, que o fizeram arrepiar de medo. Sentiu-se num beco sem saída, queria fugir dali e não podia. De repente foi agarrado e amordaçado. Era uma emboscada, tinha sido atraído ali, para ser torturado.
Foi levado para uma cama, num local nojento, cheio de baratas, atado pelos pés apenas. Aquilo era demasiado sórdido, mas o medo que estava a sentir, não o deixavam pensar nas devidas condições. Ali só ficou a mulher, que agora parecia uma velha bruxa, com uma grande verruga no nariz, os dentes tão amarelos como os do porteiro, cheirava tão mal, quanto os outros. A mulher deu um riso sonoro e arrepiante e tirou de uma gaveta, de onde saíam enormes escaravelhos , muito negros, uma faca tão grande como ele nunca vira. A faca brilhou contra a luz difusa de um candeeiro de rua que passava pelo vidro baço da janela. Ele conseguiu raciocinar e perceber que teria de sair dali rapidamente. Olhou à volta, para ver se encontrava algo com que se pudesse desenvencilhar daquela situação. Avistou logo ao lado da cama uma estátua, de um Elfo horrível, com um ar pesado, mas era mesmo por ali que iria tentar. Estando apenas preso pelos pés, era mesmo assim um pouco complicado chegar á estátua, pois necessitava virar o corpo, para conseguir agarrar a mesma com força suficiente para a levantar e dar com ela na mulher, que se abeirava dele com a enorme faca. A adrenalina subiu-lhe em flecha, e de um só gesto virou-se, agarrou a estátua e bateu com toda a força que tinha, na cabeça dela, fazendo-a cair em cima dele, com a faca mesmo a ponto de lhe chegar. Pegou na faca e cortou as cordas que o prendiam à cama. Saltou a correr dali, com a adrenalina sempre a subir ainda mais, empurrando todos os que o tentavam agarrar, chegando rapidamente à porta, mas tendo de enfrentar o porteiro horrível. Deu-lhe um soco, que este caiu redondo no chão, e saiu a correr dali, pelo meio da neve. Correu tanto que nem deu pelo caminho que levava. De repente viu-se a entrar no mato , mas continuou a correr, até que tropeçou num tronco caído no chão que ele não vira. Estatelou-se na neve e olhou para trás, estava a ser seguido por aqueles que estavam no raio do bar, agora com tochas a arder nas mãos. Tentava levantar-se e não conseguia, eles aproximavam-se rapidamente. Sentiu as forças a fugirem-lhe, iria ser apanhado novamente, estavam mesmo a chegar junto dele. Trrimmmmm. O despertador tocou, deu um salto da cama abrindo os olhos assustado. Estava em casa, a seu lado a mulher abriu os olhos e sorriu, dizendo-lhe bom dia. Tudo não tinha passado de um pesadelo.
Sorriu para a mulher e exclamou: _ Lembra-me, por favor, de não voltar a beber demasiado Whisky depois de jantar!
Espero que se tenham divertido. Quem quiser e tiver veia "terrorista", sinta-se à vontade, para fazerem o vosso conto.

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