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segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Mulher objecto

A mistura de sentimentos que hoje há em mim, não me permite tomar absolutamente decisão nenhuma. Eu sabia que depois da tal conversa que andei adiar tanto tempo, o resultado seria assim, só não esperava perceber que do outro lado, é preferível estar só, que ter a minha companhia , não que a pessoa esteja sozinha porque não está, isso sente-se e percebe-se... Mas só agora percebo a minha ingenuidade, acreditar nas palavras de alguém que mentiu com todos os dentes que tinha. Tão homem das cavernas como todos os outros que tentaram enganar-me, só que disfarçado, daí ter conseguido. Não entendo porquê, devo ter sido motivo de alguma aposta. Para quê as mensagens com palavras que faziam qualquer mulher acreditar que a felicidade era possível? Para chegar ao inicio do ano e dar um murro no estômago? Para quê tanta conversa de solidão, para chegar um dia, e fazer-me sentir um lixo? Para quê, oferecer aquilo que não se pretende dar? Nunca entendi este tipo de atitude, ainda mais, quando envolve sentimentos que podem acabar por magoar os outros? São muitas coisas que nunca irei entender, e que depois de hoje ainda me deixaram mais confusa. Eu não esperava resposta absolutamente nenhuma, mas a resposta dada, doeu mais que o silêncio... ouvir que não nos respondem, porque a resposta pode magoar-nos, magoa muito mais... faz-nos perceber tudo, e não perceber absolutamente nada. A noite que segue vai ser longa, muito longa...e as próximas também. Pelo menos deitei para fora sentimentos que estavam a sufocar-me... Depois deste último ano, não voltarei a ser a mesma, cresci por dentro, mas também aprendi a não confiar em palavras doces. Cresci como mulher, mas aprendi, que a mulher que eu sou, não é para os dentes de qualquer um, e o que de bom há em mim, ele não conheceu, pois nunca me deu real oportunidade para mostrar. Aprendi a amar verdadeiramente, sem reservas, mas aprendi que o amor dói. Queria poder apagar este ano, porque percebi, que desde o inicio fui apenas alguém que serviu de objecto para ser usado. As coisas, podiam tal como aconteceu não darem em nada, isso eu entenderia, mas que pelo menos me dessem uma explicação lógica para me terem usado. Quando eu começo a ganhar confiança em mim, faço merda, mas ainda bem que o fiz, agora depois disto deixei de me arrepender do dia 1 de Junho, deveria até te-lo feito duas semanas antes. Estou muito confusa, não por ter dito o que disse, mas porque confirmei o que me levou a tomar aquela atitude. Afinal, também não fui totalmente sincera, porque não foi só uma má fase que estava a passar, foi ter percebido naquele dia, aquilo que acabei por confirmar hoje, que era mulher objecto. Só é pena que muitas vezes amamos quem apenas nos usa. Umas noites mal dormidas, umas lágrimas caídas, umas bebedeiras bem regadas, haverá de passar um dia. Apenas uma certeza, jamais voltarei a amar, por duas razões, porque simplesmente não quero, e porque simplesmente sozinha sou poderosa.

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